O que é Rebranding em 2022 ? Veja Dicas de Como Fazer e Exemplos

Rebranding pode ser uma estratégia arriscada, mas talvez necessária para marcas que desejam se recolocar no mercado. Leia o que é, veja dicas e exemplos de quem já fez.

Nem todas as marcas são hoje o que elas costumavam ser quando iniciaram no mercado. Afinal de contas, muitos negócios surgem de pequenas ideias e rabiscos em bloquinhos de nota, de um papo entre amigos ou de uma simples brincadeira.

Seja partindo de uma ideia espontânea ou de um plano bem estruturado, fato é que nenhuma marca nasce como algo pronto e imutável. E muitas vezes, mal conseguem ser concebidas através de um projeto de branding bem elaborado.

Branding, também chamado de gestão de marca, é a estratégia que está por trás do nome, da identidade visual, do posicionamento, da consciência gerada e até mesmo do tom e voz da marca. Uma agência de branding, por exemplo, pode ser essencial no planejamento de tais pontos.

Ao se unir com as estratégias de marketing digital, que é responsável pela divulgação comercial da marca, alguns problemas podem surgir com o tempo, levando em conta as mudanças tecnológicas e de comportamento de compra das pessoas.

Quando a marca, então, percebe que ela não está mais atingindo os mesmos resultados de antes, o rebranding pode surgir como uma luz no fim do túnel.

Mas o que é rebranding? Aproveite este artigo para entender mais sobre a estratégia, com dicas e exemplos. Continue lendo!.

O que é Rebranding?

Para explicar melhor o que é rebranding, vale recordar o que é branding, ou gestão de marca. Essa estratégia é responsável por criar conexão entre marcas e pessoas.

Ou seja, o branding abrange todos os elementos capazes de gerar emoções nos consumidores e que tornam a marca única e memorável dentro de seu nicho.

Mas quando identidade visual, naming, ações de Brand Awareness (consciência de marca), entre outros elementos, passam a não refletir mais a imagem pela qual a marca quer ser reconhecida e lembrada, a marca pode ressurgir por meio do rebranding.

Então rebranding nada mais é do que uma reestruturação de marca, onde todos os elementos abrangidos pelo branding são reavaliados, total ou parcialmente, como forma de se atualizar e criar uma nova identidade tanto para clientes atuais, quanto para novos ou possíveis.

A importância do Rebranding

Quando falamos em criação de marcas, assim como várias outras criações de modo geral, nos referimos a elementos que refletem os momentos atuais do seu período de surgimento. Assim, nome, cores, missão, valores, etc., se espelham em fases da vida.

A essência da marca e sua história, no entanto, permanecem. Mas a imagem pela qual ela quer ser vista, adapta-se à diferença de tempos. É como uma casa que foi construída em outra década: paredes, design, estilo e cores mudam, mas a fundação continua a mesma.

O rebranding é importante justamente porque permite essa atualização das marcas com o tempo em que elas estão. Além disso, veja a seguir outros motivos pelos quais essa mudança na gestão da marca pode ser benéfica.

Alcance de novo público

Ao surgir uma nova marca no mercado, com certeza ela já terá um público-alvo consumidor pelo qual ela foi idealizada. Mas com o passar do tempo e, a partir dos resultados colhidos através de campanhas de marketing, pode ser que se encontre grupos de possíveis consumidores que ainda não estão sendo abrangidos nas estratégias.

Um exemplo disso poderia ser uma marca de roupas íntimas masculina. Inicialmente, o público-alvo dela são as pessoas de sexo masculino. Mas ao perceber que boa parte das pessoas que compram o produto fazem parte do grupo feminino, essa marca pode adaptar suas campanhas publicitárias e de marketing para atingir esse público também.

Inclusão de novos produtos

O rebranding também pode ser útil para marcas que expandiram suas linhas de produtos e que desejam que sua identidade não reflita somente o único produto pela qual ela se iniciou.

Um exemplo disso foi o que a marca americana Dunkin’ Donuts fez recentemente. Famosa por seus donuts (ou rosquinhas), a empresa cresceu e aumentou seu cardápio, que hoje, além dos donuts, conta com sanduíches, salgados e diversas bebidas quentes e geladas. Com isso, a marca passou a ser chamada apenas de Dunkin’, mas mantendo suas cores e estilo característicos.

Manutenção da relevância

Algumas marcas utilizam o rebranding com frequência como forma de se manterem atualizadas e, portanto, relevantes tanto para seus clientes atuais, como para novos possíveis clientes.

O logo da Apple é um forte exemplo de como o rebranding é importante para marcas que desejam transmitir modernidade em sua identidade visual, sempre acompanhando as tendências no mundo.

Aumento de consciência de marca

Brand Awareness, também chamado em português de consciência de marca, é uma métrica que avalia o nível de reputação e de reconhecimento que uma determinada marca possui em seu ramo de atuação no mercado.

Quando a marca percebe que seu Brand Awareness está abaixo do esperado, existem várias estratégias que podem ser consideradas, dentre elas o rebranding. Afinal, se a marca não consegue passar sua principal mensagem, é porque seu branding está falhando de alguma forma.

Em 2021, o Nubank entrou para a lista de exemplos de empresas que exploraram o rebranding como forma de evoluir sua identidade visual para deixá-la mais próxima da mensagem que a marca quer deixar nas pessoas.

Atualização de visão, missão e valores

O rebranding é um conjunto de ações que ajudam, entre outras coisas, a melhorar a sua identidade visual. Mas apesar dos exemplos mais marcantes darem mais ênfase na mudança de logo, tipografia e paleta de cores, vale lembrar que outros elementos importantes da marca podem ser atualizados.

É o caso da visão, missão e valores da empresa. No processo de crescimento das marcas, esses pontos também podem se transformar ao longo do tempo. E essas transformações podem não somente impactar na percepção do público consumidor, como também na dos colaboradores(as) da empresa.

 

Dicas de quando e como fazer Rebranding

 

Rebranding é uma estratégia bastante utilizada mundo afora, por pequenas, médias e grandes empresas. De tempos em tempos, vemos alguma marca se reinventando e apresentando uma nova cara para o seu público.

Mas é importante ressaltar que, assim como outras estratégias, o rebranding também tem seus riscos, principalmente quando não é abordado com planejamento e motivos fortes que justifiquem a mudança.

 

O rebranding não é recomendado quando:

 

A marca quer mudar sem motivo: se não há nada de novo no que a marca entrega, mudar seu branding apenas por mudar pode ser mais prejudicial do que benéfico. Nessas horas, vale lembrar que existem outras estratégias de marketing e branding digital que podem ser mais eficazes. Marketing de Conteúdo é um exemplo;

A marca quer disfarçar uma polêmica: marcas, assim como as pessoas, também erram e entram em situações embaraçosas às vezes. Mas utilizar o rebranding não é aconselhável em casos assim, já que o público-alvo pode perceber e entender a atitude como uma “fuga de responsabilidade”;

A marca quer chamar a atenção: o lançamento de uma nova cara da marca, posicionamento e identidade chamam a atenção e atraem público para ela. Mas o efeito da mudança é temporário e causa pouco impacto nas vendas caso o rebranding não tenha motivação plausível por trás.

Resumindo: para utilizar a estratégia de rebranding, não basta apenas querer. Você pode não gostar tanto da sua identidade visual ou achar que ela não é impactante o suficiente para trazer os resultados que se espera, mas é importante considerar que seu público pode não pensar o mesmo. Por isso, recomendamos que você avalie bem suas motivações antes de colocá-las em prática.

 

Alguns fatores que podem justificar o rebranding são:

Mudança de donos: uma marca que está “sob nova direção” pode e deve considerar reformular sua identidade visual e outras estratégias de branding, até mesmo para enfatizar as novidades para o público;

Fusões entre empresas: marcas que se unem devem buscar uma nova identidade que represente a essência das duas e, ao mesmo tempo, da nova empresa que surge. Um exemplo recente disso foi a união das empresas aéreas Lan e Tam, que viraram a Latam;

Alteração no propósito: marcas que mudam seus propósitos de existência consequentemente mudam a forma com que a empresa fala, age e toma decisões, tanto internamente, quanto externamente. O rebranding é uma oportunidade de deixar a marca comunicar essas mudanças;

Reposicionamento no mercado: para marcas que desejam se conectar com públicos diferentes do que elas originalmente lidavam, o rebranding passa a ser necessário, já que a persona da marca também é alterada.

Internacionalização: países diferentes significam culturas diferentes. Uma marca que passa atuar em outras regiões do mundo deve buscar o rebranding como forma de se adequar a uma identidade mais global e multicultural.

Independente dos motivos para que o rebranding seja posto em prática, essa é uma estratégia que não acontece do dia para a noite, e muitos pontos importantes devem ser levados em conta antes que a ideia se concretize e venha a público.

 

Como fazer Rebranding?

 

Após definir que o rebranding é a estratégia que sua marca necessita, o próximo passo é identificar se ele deve ser total ou parcial.

De modo simplificado, rebranding parcial é quando se busca uma atualização da marca, modificando a identidade visual e outros componentes para modernizá-los.

Já o rebranding total é uma mudança mais radical da marca, onde não somente elementos visuais são repaginados, como também nome, tom, voz e posicionamento, entre outros.

Com isso definido, veja algumas dicas de como fazer rebranding da sua marca.

Planejamento de Rebranding
Planejamento de Rebranding
  1. Analise o público-alvo

Seu público-alvo é o que define boa parte (senão todas) das estratégias de branding e marketing digital da sua marca.

Ao planejar uma estratégia de rebranding, é essencial fazer uma nova pesquisa com seu público-alvo inicial e comparar os dados coletados com os novos grupos que sua marca alcança atualmente.

Analise essas diferenças para entender o que mudou, os novos comportamentos e dificuldades dos consumidores para, assim, poder reformular a buyer persona atual do seu negócio

 

  1. Reveja o propósito da empresa

Como mencionamos anteriormente, é bastante comum que as empresas mudem seu propósito ao longo de sua existência. Talvez ela queira abraçar ações mais sustentáveis? Ou apoiar movimentos minoritários?

Essas e outras mudanças estão relacionadas com os elementos de visão, missão e valores da empresa. Por isso, aproveite esse momento para revê-los e fazer as alterações que estejam de acordo com o momento atual da sua marca.

Afinal de contas, a partir disso é que será possível entender como a “nova” marca se comunicará com seu público.

 

  1. Altere a logo da marca

A alteração do logo deve ser feita não somente para que fique compatível com as demais mudanças na filosofia e posicionamento da empresa, como também para mostrar para o público que algo mudou na marca.

O logo, as cores e a tipografia são elementos visuais e que podem ser modificados para apresentar uma marca que não é nova, mas que é atual.

 

  1. Modifique a comunicação

Se pensarmos em marcas como se elas fossem pessoas, podemos entender como a personalidade e as características que fazem parte dela influenciam na forma como ela se comunica com seu público-alvo e persona.

Se a marca muda de nome, posicionamento e filosofia, inevitavelmente sua forma de se comunicar também mudará. Nesse sentido, é importante considerar o tom e a voz da sua marca.

Resumidamente, a voz é uma característica imutável da marca, e que ajuda a diferenciá-la de outras. Já o tom é a parte que sofre alterações dependendo da ocasião e de com quem está se dirigindo.

Ao levar esses elementos em conta, você humaniza a marca e transmite a mensagem que melhor reflete o que ela é e faz.

 

  1. Reavalie os canais de comunicação

Algumas estratégias de rebranding também exigem que se leve em conta também os canais de comunicação em que a marca atua.

Marcas que passam a visar públicos totalmente diferentes, por exemplo, podem sentir necessidade de explorar mais as estratégias de marketing de conteúdo para redes sociais, buscando uma aproximação melhor com a buyer persona.

Ao estruturar sua estratégia de rebranding, reavalie os principais canais que faz uso atualmente para alcançar o público-alvo e veja se outros devem ser considerados para atender aos interesses da “nova marca”.

Confira a seguir alguns exemplos de rebranding que podem ajudar você na missão de transformar parcial ou totalmente a estratégia de branding da sua marca.

 

+ 3 Exemplos de Rebranding

 

Como você viu nos exemplos ao longo do artigo, rebranding é uma estratégia frequentemente usada pelas marcas do mundo todo. Mas algumas delas chamam bastante atenção, seja porque acertaram, ou porque erraram na mão. Confira mais 3 exemplos de rebranding para você se inspirar.

 

  1. Rebranding Pontofrio

Uma das marcas de varejo mais famosas e tradicionais do Brasil, a Pontofrio, recentemente passou por uma grande mudança e um rebranding que alterou até mesmo seu nome: que agora é Ponto.

A ideia por trás do rebranding da marca Pontofrio era torná-la mais jovem e mais bem-humorada, de forma a aproximá-la mais de um público que gosta de inovação e modernidade.

Seguindo essa nova cara, a Ponto também adaptou sua comunicação com o estilo de “aqui o papo é reto e direto ao Ponto”.

 

  1. Rebranding Burger King

Em 2021, depois de vinte anos sem nunca tocar em seu logo, o fast food Burger King apresentou para o mundo sua nova identidade visual, além de um propósito que explora a alimentação saudável e mais natural.

Apesar da opinião do público da marca estar bastante dividida com relação à mudança, o Burger King está apostando em sua nova cara e posicionamento para se diferenciar da sua concorrência direta, o McDonald’s.

Rebranding Burguer King
Rebranding Burguer King

Tirando o azul e outros elementos que não representam comida (muito menos saudável) do logo, a marca de fast food já está lançando campanhas publicitárias que representam o seu novo propósito de modernidade e alimentação consciente.

 

  1. Rebranding Street Fighter 6

Seja você fã ou não de videogames, Street Fighter é uma série de jogos de luta consagrada e relevante desde 1987, quando o primeiro jogo foi lançado. Atualmente, é um jogo marcante dos eSports, a modalidade competitiva de jogos eletrônicos.

No recente teaser de lançamento do Street Fighter 6, no entanto, o logo do jogo icônico surpreendeu negativamente os fãs, que não entenderam a nova proposta que a Capcom, desenvolvedora e publicadora do jogo, queria passar.

As cores vibrantes e a tipografia clássica foram substituídas por tons mais sóbrios e traços mais retos, afastando um pouco dos elementos de “rua” que os logos anteriores tinham.

Além disso, os fãs do jogo conseguiram perceber que o novo “SF” surgiu a partir de um banco de imagens pago do Adobe Stock, deixando a situação ainda pior e elevando o número de críticas.

O que está por trás da mudança, ninguém sabe ainda. Mas é importante observarmos o envolvimento do público de uma marca, seja ela qual for, quando ela decide passar por um rebranding, o que mostra o quanto as pessoas se relacionam e se identificam com ela.

É o momento de fazer Rebranding?

 

Rebranding é uma estratégia bastante utilizada, porém que exige cautela, muita pesquisa e planejamento. Algumas marcas podem passar alguns anos estruturando um projeto de reestruturação da marca.

Por isso, ao pensar na estratégia de rebranding, antes é importante avaliar os motivos e as necessidades por trás disso. Pesquisar muito, planejar e entender seu público-alvo são passos que não podem faltar.

Afinal, como você viu, a opinião do público tem um grande peso na hora do rebranding de uma marca ser apresentado.

Aliás, desde a criação de branding, a marca já deve levar em conta o seu público e tentar refletir ao máximo os elementos pelos quais ela quer ser reconhecida. Isso não significa que ela nunca se transformará, mas um início forte é sempre bem-vindo, não é mesmo?

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